domingo, 15 de abril de 2018

"Satan Smashes The Fascim": O Underground livre do Fascismo

O coletivo plural Movimento de Resistência Underground (MRU) divulgou nesse final de semana, a sua primeira coletânea, “Satan Smashes Fascism”.



O projeto idealizado por integrantes de bandas, zines, mídias, produtores e organizadores antifascistas tem o propósito de transmitir uma mensagem direta, de descontentamento com os pilares tradicionais do moralismo religioso e suas ramificações intolerantes. Como cita Julio Mangini (Professor, integrante da banda Antrochaotic e membro do coletivo) “Nem o mais otimista do movimento imaginaria a repercussão dessa coletânea de metal contra o fascismo causaria. Nós deixamos os conservadores falarem, porque eles estão irritados, muitos sequer fazem ideia do que seja o underground. De qualquer forma o público que queríamos atingir foi alcançado e muito além”.

Hoje com a crise do capitalismo, com a ascensão da extrema direita e com seu respectivo viés cristão, isso resvala na parte mais extrema da música, que é o Metal. Atualmente muitas bandas, hordas, grupos e eventos deturpam o ideal inicial de nomes consagrados no estilo e através de discursos de ódio, do politicamente incorreto e do pensamento clérigo se distanciam ainda mais da chama e do ideal anticristão e antimoral iniciais.

A capa da coletânea é uma das mais polêmicas, já que em sua arte elaborada por Paulo Kalvo traz explicitamente a figura de Satã esmagando a cabeça de um conhecido político que propaga ideias fascistas, homofóbicas, machistas, misóginas, racistas e defende um Estado cristão e ditatorial.

Para a primeira edição desse trabalho, 16 bandas nacionais de nove estados participaram. Sendo estas, a Morbid Prophecy, Antrochaotic, Vingador, Vulture, Violator, V.M.R, Terror Revolucionário, Trovador, Cracked Skull, Terrorcídio, Crematório, Imortal Perséfone, Psycophobia, Agnideva, Obskure e Aggression.

O grupo de Black/Death Metal Morbid Prophecy foi formado em 2017 e é originário de Belo Horizonte- MG. Os músicos tem um Ep lançado denominado “Thou Shalt Die”, o qual possui cinco faixas “Intro: You’re Going To Die”, “A False Day Of Peace”, “The Lake Of Memory”, Hellbound Theollogians” e “The End Of All”. Os integrantes são Mateus Pedroza (Bateria),  Sanzio Rocha (Guitarra), Julio Cesar (Guitarra), Jusmar (Teclado) e Glauber Ataide (Vocal e Baixo).

Proveniente no underground desde 2002, os matogrossenses da Antrochaotic também fazem parte da coletânea. A banda de Death Metal possui uma demo lançada em 2003 e recentemente um outro trabalho intitulado “Antifa Manifesto”, material este que tem cinco canções, “Introdução”, “My Hate To The Flags”, “Direito e Privilégio”, “Democracity” e “Swami Vivekanda”. Os músicos são Julio Mangini (Baixo e Vocal), Leon Pio (Guitarra), Camilo Saes (Bateria) e Jossan Petrenko (Baixo).

Uma das bandas mais influentes do cenário brasileiro de Heavy/Thrash Metal, a carioca Vingador é mais um nome que traz temáticas sociais, de descontentamento e revolta. O grupo já possui quatro materiais, sendo um live álbum "Underground Vive”, um full length “Dark Side”, um single “Old Rituals Of Death” e um Ep difundido em 2016 chamado “Let The Hate Flow”. Os integrantes são Diego Neves (Baixo e Vocal), Alexandre Cabral (Guitarra e Vocal) e Mad (Bateria).

Com 23 anos de estrada, a Vulture é um clássico nacional do Death Metal. Sempre com ideias niilistas, misantrópicas e anticristãs, os paulistas Adauto Xavier (Vocal e Guitarra), Yuri Schumamn (Guitarra e Vocal), André Xavier (Bateria) e Max Schumamn (Baixo e Vocal) trazem em sua essência o metal extremo antifascista. O grupo já lançou doze materiais, incluindo demos, eps, full length e split, dentre os mais conhecidos, destacam-se os icônicos “Through The Eyes of Vulture” e “Destructive Creation”.

A brasiliense Violator traz o Thrash Metal violento através de suas letras contendo mensagens politizadas acerca de questões históricas e do momento atual enfrentado no país. Vale ressaltar que os músicos têm duas obras primas do Metal brasileiro, o “Chemical Assalt” e o “Scenarios Of Brutality”. O grupo é composto por Batera (Bateria), Capaça (Guitarra), Poney (Vocal e Baixo) e Marcio Cambito (Guitarra).

O V.M.R (Vanguarda Metal Revolucionária) é um projeto idealizado por integrantes de bandas paulistas que tem o intuito de transpassar mensagens de conscientização política, de anticonservadorismo, antifascismo ao quebrar a visão totalmente reacionária do Metal. O grupo tem divulgado alguns trabalhos como o EP “Comunismophobia” e os “Metal Comunista” e “Batismo de Sangue”. Ela é composta por Juca (Baixo), Mindu (Bateria), Edoom (Guitarra) e Mosh X (Vocal).

O Punk/Crust estão representados pela Terror Revolucionário. Os brasilienses estão ativos desde 1999 e já participaram de várias coletâneas como “Atitude Vol.3”, “O Progresso da Regressão”, “Noise For Death 3”, “Tributo ao Rock Brasília” e “1° Festival Mundano” além de divulgar seu álbum “Mr Crack” de 2014. O grupo conta com Fellipe CDC nos vocais, Barbosa Osvaldo nas guitarras, Drikaos no baixo e Jeff Hellmatismo na batera.

A pernambucana de Death Metal, Trovador exibe a chama da morte e da heresia. O grupo formado em 2016 é composto por Jeff The Killer (Baixo), Guilherme Silva (Guitarra) e Nekrotavio (Vocal). A mesma obtém em sua discografia, dois materiais, o EP “O Abominável Espetáculo” e o single “Julgamento do Cadáver”.

Para a rachar a cabeça dos reaças, a Cracked Skull também se faz presente no material. O grupo de Death Metal mineiro iniciou suas atividades no ano de 2014 e rapidamente ingressou-se como uma das melhores bandas do cenário underground. A banda possui dois videoclipes “Fascism” e “Dark 1964” além do full length “Social Disruption” que obtém nove faixas. O grupo é composto por Clênio (Baixo e Vocal), Tarciso (Guitarra) e Marco Túlio (Bateria).

Com um Brutal Death Metal, a Terrorcídio surge do DF para atormentar a família tradicional brasileira. O grupo surgiu em 2009 e angaria dois materiais, a demo “Tormento” e o álbum homônimo “Terrorcídio” que contém onze faixas, inclusive “Em Nome do Caos” canção esta presente em um videoclipe no YouTube. A banda é composta por Wesley (Guitarra), Paulo Heavy (Vocal e Baixo) e Jesus (Bateria).

De Black/Thrash Metal, a Crematório de Divinópolis – MG formada em 2015 traz a celeridade e rapidez através dos seus riffs agressivos. Os músicos que compõe a horda, são Gabriel Pereira (Baixo), Chegado (Bateria), Joao Victor (Guitarra) e Ana Pedrosa (Vocal). Os trabalhos lançados são as demos “Incineração Bestial” e “Genocídio Animal”.

Uma das principais bandas de Black Metal gaúcho, a Imortal Perséfone personifica o satanismo, a guerra e o anticristianismo através de suas letras blasfemas. O grupo de Novo Hamburgo é composto por Mephistopheles (Bateria), Évora Morgana (Guitarra), Lucifugo (Vocal) e Erebus Humberaht (Baixo) e possuem em sua trajetória os trabalhos, “Ritos Macabros da Morte”, “Agony In The Profundis Abbys” e o disco “Celebração no Inferno”.

A Psycophobia de Novo Hamburgo é outra horda da integrante Évora Persefone (Guitarrista) que juntamente de Eduardo dos Santos Raymundo (Bateria), Felipe Oliveira (Vocal) e de Andryw Vodrygues (Baixo) trazem a precisão, a destruição e o caos do Death/Black Metal. A banda tem como trabalho o full length “Devilish Kiss Of Death” contendo doze canções.

A Paraíba também a sua representante, o grupo de Black Metal Agnideva. Formada em 2014 por cinco amigos, a banda ressalta o ocultismo e o anticristianismo que estão vividamente presente no disco “Kaliseva” que exibe oito músicas. Ela é composta por Decapitator (Bateria), Necrovomit (Guitarra), Christianicide (Guitarra), Nightmare (Vocal) e Anguis Infernalis (Baixo).

Uma das bandas mais antigas e influente do Death Metal Melódico, a cearense Obskure está no material do MRU. Com quase 30 anos de estrada, os músicos têm em seu âmago o descontentamento, a revolta, a chama anticristã e a heresia espalhado em seus vários trabalhos divulgados, como o destruidor “Overcasting” e o caótico “Dense Shades Of Mankind”. Atualmente a banda conta com Daniel Boyadjian (Guitarra), Fabio Barros (Teclado), Germano Monteiro (Vocal), Jolson Ximenes (Baixo), Amaudson Ximenes (Guitarra) e Mardonio Malheiros (Bateria).

Do Mato Grosso do Sul, a Aggresion mistura o ódio, a misantropia, a blasfêmia, a bruxaria e o esoterismo em suas letras anticristãs. O grupo de mais 15 anos tem seu legado através de três discos, sendo eles “Murmúrios Blasfêmicos”, “Forja Infernal” e recentemente o “Revoada de Bruxas” que contém cinco faixas, “Endemoniados na Luxuria”, “Possessões Satânicas”, “Arqueiros”, “Sabá das Parteiras” e “Maleficarum”. A horda é formada por Eduardo Sparremberg (Vocal e Baixo), Adriano Caverna (Guitarra) e Felipe Terrordeath (Bateria).

A Urussanga Rock Music presta total apoio ao movimento e em sua essência compartilha das mesmas ideologias e visões se opondo a qualquer tipo de moralismo cristão. Juntamente com o M.R.U, a mídia visa a resistência contra qualquer tipo de preconceito, sendo estes de cunho homofóbico, machista, fascista, nazista, integralista, racista ou sobre qualquer outro tipo de discriminação. 


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