domingo, 16 de dezembro de 2018

Raging War: A Coesão e Técnica do Thrash Metal Catarinense

Há um ano, alguns amigos se reuniram para firmar uma parceria e criar uma nova banda. E das cinzas da renomada Monster Of Truck surgiu a Raging War, um grupo com metade dos integrantes da capital catarinense e outros dois da cidade de Brusque- SC.

Os músicos através de seus conhecimentos acerca sobre Thrash Metal mesclaram influências às suas canções, referências consagradas como Slayer, Destruction, Dark Angel, The Mist, Testament, Anthrax, Death Angel e Forbidden são algumas responsáveis pelo som característico dos mesmos.

No mesmo ano de surgimento divulgaram o Live Ep contendo quatro músicas, sendo estas “Enforced System”, “Third World”, “Corroding Chemistry” e “Black Forest”. O material foi produzido de maneira independente e trouxe consigo o âmago peculiar até então conhecido pelo público, a celeridade.

No entanto, em junho de 2018 movidos pela vontade de difundir um trabalho mais conciso e completo, fora anunciada a divulgação do disco homônimo “Raging War” contendo dez faixas, com versão limitada, produzido e mixado de maneira independente e tendo arte feita por Márcio Aranha e fotos por Vanessa Boettcher.



Logo na primeira faixa, a introdutória “Prelude To War” já mesclou o estrondo e uma sinfonia ao término da mesma fazendo a conexão com “Strength For Better Days”. Essa, por conseguinte traz um instrumental mais cadenciado personificado através da sincronia entre guitarra e bateria em grande parte da música, além do solo descomunal no final. A composição ressalta traços da urbanização desenfreada como consequência da violência, pobreza, individualismo e pressa.

A terceira canção “Third World” é o reflexo do subdesenvolvimento. Um país emergente que não respeita a liberdade, não preserva a fauna e flora e vive a dependência dos exploradores mundiais. A sonoridade caminha por riffs agressivos e rápidos.

“Enforced System” ingressa de forma mais harmônica e depois de um gutural grave alterna a um instrumental encorpado e cru com vocais explícitos rasgados nos refrães. A música fala sobre a ganância e ambição pelo dinheiro, o resultado dessas escolhas.

A quinta canção gradativamente se torna o carro-chefe dos músicos. “The Meaning” possui um videoclipe com quase 3.000 visualizações no YouTube. É a mais técnica do material, possui sonoridade ímpar e sólida com um solo ágil e pela intensidade do refrão faz com que quem a ouça, acabe por cantar os trechos “What’s The Meaning of Real Love?, What’s The Meaning Of Real Hate...”. A letra ressalta a forma como as pessoas propagam o ódio às outras e qual o real significado disso. Será que uma escultura de barro é mais importante que a vida humana?



A potencialidade e brutalidade de riffs são facilmente encontradas na faixa “Hell On Earth”. A mesma é uma metáfora aos dias atuais e retrata toda a intolerância, intransigência e opressão gerenciadas por uma geração massiva que não consegue ter o viés crítico e indagativo.

Com um solo desolador e um instrumental célere, “Black Forest” é uma das mais preciosas do full length. A faixa expõe traços da floresta negras que carrega consigo animais que vivem à beira dos seus nevoeiros e que se moldam as leis e formas da natureza.

Quando um petardo sonoro toma conta dos seus ouvidos, você não consegue negar ou deixar de ouvir. “Corroding Chemistry” tem esse poder, pois a cada baquetada de Roberto Barth e solos de Wellington Oliveira faz com que o caos tome conta do instrumental. Já a composição, exibe perspectivas e pré-julgamentos através de uma vida de sorrisos falsos. Ou seja, ela mostra as atitudes de algumas pessoas tóxicas com que temos que conviver rotineiramente.

“Entrails Of A Corrupted Mind” é mais um destaque no disco, ela é marcada pelos backing vocals de Ricardo Lima e pelos vocais firmes e sólidos de Rudi Vetter. Ela entra num solo longo e totalmente agressivos e perambula por riffs rápidos e intensos. A letra cria uma conexão entre o capitalismo e suas mazelas com o egoísmo e com a concupiscência do ser humano.

Encerrando o álbum, “Bastard Dogs” finaliza-o de maneira com que fica o “gostinho de quero-mais”. A técnica e a sincronia são vívidas na canção, o refrão é forte e expressivo e a sonoridade busca o resultado final que seria, peso somado a melodia potencial. Ela diretamente retrata sobre religião e poder, e o efeito que os mesmos produzem. O terror, a insanidade e o desespero causado pela dogmática religiosa.

Formação Atual:
Rudi Vetter (Vocal)
Ricardo Lima (Baixo e Backing Vocal)
Roberto Barth (Bateria)
Wellington Oliveira (Guitarra)

Plataformas Virtuais:
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCz0LnWkQ7MXp33c3y0YIg0A/featured

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